Revolução, Meu Amor – Maio 68, Um Ano Depois | Ficção
Autora: Maria Antónia Palla
Literatura de não-ficção, Jornalismo
ISBN: 978-989-99946-5-2
160 páginas.
14,50€
Leia as primeiras 30 páginas.
Maio 68 – "Eles não queriam o poder, queriam transformar o mundo."
Entrevista Maria Antónia Palla Foi despedida do Diário Popular por insistir em fazer o balanço do Maio de 68 um ano depois da revolta. Em Paris, procurou respostas junto de intelectuais, protagonistas das manifestações e pessoas anónimas. Chegou a publicar uma pequena parte dessas conversas no Diário de Lisboa, mas a censura impediu que continuassem. Publicou-as então num livro, que foi apreendido pela PIDE. E depois, o esquecimento. Revolução, Meu Amor volta agora às livrarias, à boleia dos 50 anos do Maio de 68
por Margarida David Cardoso
Sem autorização do Diário Popular, onde trabalhava, Maria Antónia Palla foi para Paris em Maio de 1969. Tinha um mês e uma pergunta: o que ficou dos acontecimentos que sacudiram a Franca e o mundo no ano anterior? Ainda hoje não sabe como os classificar. "Foi menos do que uma revolução, mas também foi muito mais do que uma insurreição."
Do rescaldo desses 365 dias haveria de escrever o livro Revolução, Meu Amor — uma frase lida nas paredes de Paris. "Na euforia da grande festa colectiva, as pessoas ousaram questionar tudo: para que servem a ciência, a técnica, a família, o amor, quando já não se crê em Deus, nos filósofos, na arte, na cultura, nos políticos, nas formas tradicionais de organização, nos Governos, nos sindicatos, no Estado?".
A procura de respostas às muitas questões que foram surgindo naquele tempo alimentou ainda mais a curiosidade daquela que é uma das pioneiras no jornalismo português, confrontando artistas, sociólogos, historiadores, estudantes e "povo anónimo". O livro que contém sete destas entrevistas, apreendido pela PIDE um mês depois de ter saído para as bancas, volta às livrarias em Maio, pela mão da Sibila Publicações. É apresentado pelo investigador em ciências sociais Manuel Villaverde Cabral, no dia 7 de Maio, pela 18h30, na Livraria Ferin, em Lisboa.
Este é o segundo livro de Maria Antónia Palla, depois de Só Acontece aos Outros, publicado na colecção Mulheres de Palavra da editora recém-criada pela escritora e empresária Inês Pedrosa.
Revolução, Meu Amor foi originalmente publicado em 1969...
... 69 ou 70, nem sei. Eu tenho esta miséria [o único exemplar que guarda]. É dos poucos. O livro foi apreendido um mês depois do lançamento pela PIDE e, portanto, chegou a muito pouca gente.
Foi editado pela Prelo, chancela que também já não existe...
Pois é. Este [exemplar] estava em casa dos meus pais, salvou-se. Certo é que o escrevi em 69.
No ano anterior entrava para o Diário Popular, naquele que seria o primeiro grupo de mulheres jornalistas a fazê-lo por concurso, com Margarida Silva Dias e Maria Armanda Passos. Como viveu o Maio de 68?
Estava no Brasil quando aconteceu. Tinha ido fazer um trabalho para o Diário Popular, mas ainda não estava bem no jornal. Estive lá um mês e fiz uma reportagem para dar o ambiente daquele país que era um bocado estranho, porque já se vivia em ditadura, mas havia uma total liberdade de imprensa. Isto permitiu-me, quando estalou o Maio de 1968, seguir passo a passo os acontecimentos, sobretudo através da imprensa, e muitas das coisas que foram levantadas nessa contestação.
Enfim, nisto penso que o Maio de 1968 foi menos do que uma revolução, mas também foi muito mais do que uma insurreição.
Pôs tudo em causa: a sociedade, o Estado, a família, a própria vida pessoal. Tudo isso foi revisto. E isso vinha ao encontro de muitas das interrogações que eu fazia a mim própria. Fiquei entusiasmadíssima com aquilo. E apercebi-me que era uma coisa muito importante, porque era a primeira vez que se punham em causa valores vários da
sociedade moderna. E com aquela pujança, com aquela alegria.
Depois vim para Portugal, escrevi uma reportagem sobre o Brasil. Um Brasil que não era o país dos comendadores, que era o que se conhecia em Portugal, e dos escritores consagrados pela Academia Brasileira de Letras, a maior parte deles muito conservadores. Havia uma geração muito pujante que eu conhecia, não só através de livros, como através da música brasileira.
As pessoas da minha geração já tinham em casa os discos do Chico Buarque, da Maria Bethânia, do Caetano Veloso... Enfim, toda aquela geração que exprimia coisas completamente diferentes daquelas que se podiam fazer em Portugal. E coisas muito modernas.
Essa reportagem acabou por sair em sete textos. Chamava-se Brasil, olha que coisa mais linda, que era um verso do Vinicius de Moraes [de Garota de Ipanema]. Entrei para o jornal e comecei a pensar que seria
interessante avaliar o Maio de 68 um ano depois. Porque um dos slogans era: "Nada voltará a ser como dantes". Portanto, o que restava? O que é que ainda sobrava?
Encontrou respostas?
Em 69, fui para Paris e estive lá um mês. O meu critério foi o de procurar entender o que se tinha passado. Porque em Portugal a
censura não deixou passar nada.
Ao contrário do Brasil?
Sim, no Brasil houve notícias em permanência. Mas em Portugal a censura praticamente não deixou sair nada, apenas umas notícias muito breves no jornal. Por outro lado, a oposição portuguesa não deu
o devido valor àquilo que se estava a passar. Em grande medida porque havia consenso [na ideia] de que uma revolução haveria de ser feita por operários e camponeses. Era a doutrina do Partido Comunista na altura e que muita gente partilhava, mesmo que não fosse do partido.
Poucos entenderam, porque, para além da informação muito reduzida, o interesse que ela despertou também foi pequeno. As perspectivas com que as pessoas analisavam os acontecimentos políticos e sociais eram muito antiquadas. E Maio de 68 rompia com isso tudo. Era ver o mundo de outra forma, ver o mundo de novo. Por isso digo que não foi uma revolução no sentido clássico do termo — o Governo nem caiu —, mas realmente os problemas que eles punham nunca se tinham posto.
O Maio de 68 foi uma resposta? Na entrevista que lhe fez, o realizador Jean-Luc Godard acreditava que sim...
O que desencadeou aquele movimento foi o autoritarismo que se verificava nas universidades por parte dos professores em relação à maneira como não contactavam com os alunos. E que se reflectia na
pouca compreensão relativamente às novas relações que a descoberta da pílula anticoncepcional tinha permitido entre os rapazes e as raparigas. Uns não podiam visitar as instalações dos outros.
Depois apareceram outras coisas, mas, essencialmente, o que eles contestavam era o autoritarismo, as regras, tudo aquilo que já não se coadunava com o sentimento de liberdade que existia entre a juventude.
Depois, enfim, foi a explosão. Uns influenciados pelo Trotski, outros
influenciados pelo conflito sinosoviético [que em 1969 abeirara a China
e a União Soviética de uma guerra pelo modelo comunista]. Com influências ou sem influências, o que existia era um sentimento contra o autoritarismo na família, contra o Estado, contra a sociedade.
Talvez hoje seja difícil compreender a intensidade com que estas questões se puseram, porque de facto as coisas não ficaram como dantes.
Procurei falar com pessoas que haviam revelado atitudes contestatárias. E isso levou-me até ao Jean-Luc Godard [que realizou entre outros O Maoísta (1967) e Tudo Vai Bem (1972)], ao Jacques Brel [cantor que apresentou em Paris de 68 L'Homme de la Mancha], ou a um desenhador que realmente desmontava aquilo tudo, que era o Siné [como era conhecido Maurice Sinet que foi cartoonista do jornal satírico Charlie Hebdo]. O único português foi o António José Saraiva
[historiador de literatura portuguesa], um contestatário que se contestava a si próprio.
E nessa altura havia um sociólogo que emergia e se haveria de tornar famoso, o Alain Touraine. E ainda Françoise Giroud, que era directora do L'Express e tinha sido a primeira secretária de Estado para a Condicção Feminina em Franca. E consegui falar com um dos líderes daquele movimento, o Jacques Sauvageot. Falei com muita gente.
Nessa altura, em 69, os principais protagonistas da revolta já estavam fora de cena...
Sim, o [Daniel] Cohn-Bendit já tinha sido expulso de Franca. Só 18 anos depois é que haveria de falar com ele. Até o Sauvageot já tinha sido chamado para a tropa.
"Quando a cólera ressoa nas ruas, estende-se à Terra inteira", dizia uma das muitas canções usadas pelos manifestantes. Mas essas consequências não chegaram tão rapidamente a Portugal. O que ficou cá?
Não só em Franca como nos países europeus esses acontecimentos marcaram. Se hoje rapazes e raparigas decidem viver juntos sem estar casados, isto era impossível antes do Maio de 68. Embora a sociedade ainda continue muito burocratizada, muito hierarquizada, as relações entre alunos e professores também se alteraram. Aqui em Portugal, alteraram-se no bom e no mau sentido. Quando andei na faculdade, era quase um cerimonial falar com um professor. Hoje essa relação é muito próxima.
A frase que referiu há pouco, "Nada voltará a ser como dantes", aparece no livro seguida de uma conclusão sua: "Algo que não chegara a concretizar-se, mas que abriu caminhos que não foram abandonados." Foi um rastilho?
Foi um rastilho. Por isso é que depois veio o 25 de Abril. Mas há uma questão sobre o Maio de 68: é que tudo se fez num clima de festa. Era a grande festa da liberdade. E aqui, no 25 de Abril, acho que houve isso no início, mas depois surgiram os partidos vindos de diferentes classes de pessoas. Não eram estudantes, eram pessoas já com uma
certa experiência de vida, mas não terão percebido o suficiente que havia uma nova vida. E a festa acabou muito cedo. Depois comecaram as lutas partidárias e a festa acabou.
E acha que isso não aconteceu em França?
Não. No fim do Maio de 68 as pessoas estavam cansadas, foram para férias. E acho que o Estado procurou dar resposta a muitas das reivindicações dos trabalhadores, que já não eram de cariz revolucionário, mas de cariz administrativo. E, de certa maneira, a universidade sossegou.
Em Portugal, acho que a luta partidária sufocou muito daquilo que o 25 de Abril podia ter sido. Podia ter-se avançado mais. Hoje em dia a sociedade portuguesa está no máximo da sua burocracia. As pessoas já não aguentam tantos papéis, tantos certificados... E agora instalou-se uma coisa na imprensa, que é achar que o jornalismo de investigação é andar a vasculhar na vida das pessoas. Eu acho que
isso tem a ver com a Inquisição. No Maio de 68 não houve medidas inquisitoriais e agora há. Agora há. Sinto-me extremamente triste e incomodada com o que se está a passar.
E nisso sacrifica-se a liberdade.
Acho que há pouca liberdade na sociedade portuguesa, que há pouca
espontaneidade. Porque tudo isto [o Maio de 68] foi espontâneo. E agora nada é. Os sindicatos e os políticos que dizem sempre as mesmas coisas.
Houve um sociólogo que me disse: "As pessoas respondem a isso tudo com a arma que têm. Nao votam". E isto é mau para a democracia. E não foi propriamente esta sociedade que nós sonhámos quando veio o 25 de Abril.
Escreveu que o Maio de 68 valeu como libertação. "Colocaram-se perguntas essenciais, mesmo que não se tenham dado as respostas". Acha que é preciso voltar a colocar essas questões?
Acho que era bom que as pessoas reflectissem nisso, não como uma coisa bizarra de uns quantos estudantes, mas como uma coisa que de facto abalou a sociedade. Havia um atraso muito grande nas mentalidades. E agora acho que se nota, além disso, um retrocesso. Acho que se subverteu a espontaneidade. Com este comércio todo da noite, por exemplo. As pessoas já não organizam festas, as pessoas vao ao lugar das festas. O Godard disse: "Os lugares de festa do mundo burguês sao os mais burgueses, sao os mais desinteressantes". Ele recusava-se a ir.
Essa questão do mundo burguês é uma referência constante nas suas entrevistas. Escreveu que "sob o olhar complacente do burguês, levantam-se as primeiras barricadas" no Quartier Latin. E refere-se a França como o "mais burguês dos países burgueses da Europa". Mas não acredita que o Maio de 68 se explique por uma luta de classes...
Nunca fui marxista nem comunista e sempre achei essa história da luta de classes uma burrice, porque não acho que seja isso que
faça mover o mundo. E aqui aparece pela primeira vez — não é bem assim, porque em 62, em Portugal, houve um movimento universitário que em alguns aspectos está relacionado com o Maio de 68, mas é muito comedido nas suas reivindicações — a afirmação concreta de uma nova forca revolucionária que é o saber. Parte das universidades e parte dessas pessoas já não estão nessa da luta de classes. Porque eles próprios contestam os sindicatos, os partidos. Há realmente uma forca nova que emerge e que faz dos estudantes agentes revolucionários. E isso é novo na história moderna.
Questiona com frequência o facto de a revolta dos estudantes, a que se juntaram os trabalhadores, se ter fragmentado. Por que é que acha que isto aconteceu?
Os estudantes tentaram que os operários se juntassem à luta deles. Uma das reivindicações que acabaram por surgir foi a de que os operários e os filhos dos operários pudessem ascender à universidade. Mas estes são ainda dominados pelo pensamento dos sindicatos, segundo o qual tudo se resolve pela luta de classes.
A 13 de Maio há uma grande manifestacão — um milhão de pessoas desfila em Paris —, e aí estão estudantes, trabalhadores, etc.. Mas essa união foi rapidamente rompida por força dos sindicatos e, também um pouco, dos partidos políticos.
Nos jovens instalou-se um sentimento de competitividade que não creio que se venha a traduzir num movimento do tipo do Maio de 68. Eles não querem alterar nada, eles querem adquirir o que existe.
A 28 de Maio, o [Francois] Mitterrand, apoiado por Pierre Mendes-France, propõe-lhes [aos estudantes] a criação de um movimento com vista às eleições que viriam a ser convocadas. E ele não entende que lhe respondam simplesmente não. Porquê? Porque eles não querem o poder. Eles querem transformar o mundo. São muito mais exigentes, vão muito mais longe. É nesse sentido, por exemplo, que se vão criar as novas correntes feministas, que já não reclamam o voto, mas reclamam a transformação da sociedade e rejeitam o poder.
Tudo isso também alterou as suas ideias?
Eu já me identificava com isso antes mesmo do movimento estalar. Digo que numa sociedade democrática como a que vivemos, em que o poder é representativo, o poder representa muito mal. Acho que cada
deputado devia apresentar o seu currículo e que a lei eleitoral devia mudar. Por outro lado, acho que o Governo e a Assembleia da República não esgotam a democracia. Acho que a democracia deve ter em consideração as causas que espontaneamente os cidadãos
consideram suas. Por exemplo, não percebo como neste momento, em Portugal, acontece a coisa mais grave que é a Lei das Rendas. Toda a vida houve casas alugadas, mas nunca houve esta loucura de senhorios e proprietários. As pessoas estão contra o trabalho a termo, mas não estao contra o aluguer a termo. Isto não pode ser assim, as
pessoas não podem viver sem um mínimo de estabilidade. E a coisa mais estável que há na vida de uma pessoa é a casa. É o último refúgio contra tudo o que lhe pode acontecer na vida.
Agora há arrendamentos que chegam a ser de seis meses, um ano. Que relação é que a pessoa cria com a casa? Essa relação é absolutamente necessária. E isto vai-se quebrar. Porquê? Pela ganância dos proprietários. Porque julgam que esta onda do turismo veio para ficar, quando se sabe que a coisa mais sujeita a moda é o turismo. E como nunca houve uma política de habitação em Portugal, só uma política de apoio à construção, as pessoas estão a ser chutadas para de fora de Lisboa. E isso transforma a vida das pessoas num inferno. Por exemplo, Portugal é o país europeu com maior número de divórcios. Eu sou pelo divórcio, claro, mas acho que as condições para que os divórcios aconteçam estão a aumentar no dia-a-dia.
É por isso que classifica o Maio de 68 como o último gesto heróico de um passado romântico? Acha que a globalização, as cidades e a vida moderna acabaram com a possibilidade de se repetirem gestos assim?
Posso estar errada e oxalá esteja, mas não vejo na sociedade portuguesa a possibilidade desse movimento. Porque o desemprego não torna as pessoas reivindicativas. Não é só a perda do dinheiro, há uma falta de auto-estima. O desempregado está a ser recusado por uma sociedade que não o quer. E da arte dos jovens instalou-se um sentimento de competitividade que não creio que se venha a traduzir num movimento do tipo do Maio de 68. Eles não querem alterar nada,
eles querem adquirir o que existe. E, mais uma vez, vejo que os sindicatos e os partidos contribuem para isso. O bom militante é o que obedece à ordem do partido, não é? E as causas que eles escolhem são muito efémeras.
As pessoas precisam de mais lazer, de ter tempo para ganhar cada vez mais instrucão, de estudar — digo isto para homens e mulheres, para adultos e jovens. Porque entre eles há uma competitividade que me assusta. Em todas as profissões. Nós, jornalistas, na altura, vivíamos com uma paixão que não vejo hoje. Hoje é um emprego. E acho que, no meu tempo, era uma paixão. Também porque aconteceu
uma coisa terrível que foi afastar os meios de comunicação da cidade. As pessoas estão fechadas em guetos e não convivem, não é?
Como vê a reedição deste livro agora?
Eu não pensava nisso. A Inês Pedrosa é que criou uma nova editora, a Sibila, e acha que este livro é um documento que não pode ser esquecido. E como ele praticamente não foi lido e o Maio de 68 faz agora 50 anos... Ela convenceu-me. Mas este livro não é um ensaio político. Desde o início que não o é. Eu podia ter continuado a estudar o Maio de 68, mas fiz essa reportagem e depois surgiram outras coisas. Outras acendalhas, outras causas.
Foi despedida do Diário Popular por insistir em fazer este balanço do Maio de 68. As entrevistas chegaram a ser publicadas?
Sim, no Diário de Lisboa. O primeiro capítulo, que era uma espécie de introdução, saiu. O segundo já foi muito cortado pela censura e depois desistimos de publicar mais. Eu pensava que ficava por ali. Mas um dia estava com uns amigos e um médico biólogo, que também tinha estado no Maio de 68, disse-me: 'Não, se você tem esse material todo, não vai ficar com ele aí'. E um jornalista muito meu amigo manda-me ir para casa um mês e escrever um livro. Foi isso que eu fiz. Depois fui para Luanda e aí esqueci-me do livro. Quando voltei, disseram-me: "Olha, a PIDE levou-o". Foram muito poucos os que ficaram. Acabaram por desaparecer com o tempo.
Público, 29 de Abril de 2018
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